Cláudia Ohana foi o grande nome na cerimônia de premiação do 19º Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual, realizado na última quinta-feira(17) no CineSESC, em São Paulo.
Claudia Ohana apresentou seu novo filme, 'A Novela das 8', na cerimônia de premiação do Festival Mix Brasil |
Ela esteve no evento para divulgar o filme “A Novela das Oito”, que teve exibição inédita na capital paulista .
O longa é protagonizado por ela e faz uma homenagem à teledramaturgia brasileira, tendo como pano de fundo a novela Dancin' Days, de Gilberto Braga, que influenciou a música, a moda e o comportamento de brasileiros da década de 70.
“A Novela das Oito” foi premiado como melhor roteiro no Festival de Cinema do Rio 2011 e tem lançamento comercial previsto para março de 2012.
Durante o evento, Ohana concedeu uma entrevista ao site Terra. Confiram!
A Novela das 8 se passa em 1978 e você era adolescente na época. Como foi a experiência de "retornar ao passado"?
Eu tinha 15 anos, então me lembro muito dessa época, me lembro muito da novela Dancin' Days. Foi a época da virada da minha vida, que a minha mãe morreu e eu acabei virando atriz, fiz até figuração em Dancing Days. Então tenho um envolvimento muito grande, foi uma época muito marcante na minha vida. E o personagem foi muito difícil, porque ela não era uma militante política, era uma escritora que trabalhava em um jornal e fez um artigo megapolítico, que acabou perseguida e torturada, mas na verdade ela não era militante. Ela é uma exilada política que não foi militante, e ela começa como empregada, mas não é empregada. É um personagem superdelicado, que eu tentei fazer com muita verdade, muito delicadamente.
Pelo fato de você ter vivido essa época da ditadura militar, ajudou em seu processo de construção da personagem?
Não, foi um processo de retorno ao passado (risos). Não houve facilidade, foi um personagem bastante difícil.
Tem o lado cômico, que a novela promoveu uma alegria nas pessoas em meio à ditadura. Ela realmente teve essa influência toda na época?
Dancin' Days teve muita repercussão. Eu era pequena, não cheguei a ir na boate, mas eu me lembro que era no shopping da Gávea. Esta novela trouxe a discoteca para a TV e a discoteca virou uma febre. A novela foi muito popular, foi fantástica.
Agora, participando do Festival Mix Brasil, como você avalia a importância deste tipo de evento para o circuito das artes no País?
Eu não conhecia este festival. Acho que cada vez mais as pessoas estãos respeitando os homossexuais e este evento é muito importante, até que um dia isso vá se tornar uma coisa comum, que eu acho que seria uma coisa legal. Hoje em dia há casais de todos os tipos, então a homossexualidade faz parte da vida de todo mundo.
Você consegue perceber atualmente uma maior aceitação do público com trabalhos de temáticas gays que em 1978, ano em que se passou o filme A Novela das 8?
Sem dúvidas. O mundo em que eu vivo sempre foi muito aberto. O meio das artes não tem barreiras. Eu nasci neste meio, sempre conheci muitos gays, então é algo natural no meu universo. Acho que havia muito mais preconceito no passado, mas ainda há muito preconceito atualmente. A gente vê gays apanhando de pitboys nas ruas, homofóbicos, pessoas problemáticas. Mas isso não é só com gays, é com negros, mulheres, prostitutas...
Na sua opinião, a arte tem o poder de construir um trabalho social? Como, por exemplo, o Festival Mix Brasil, você acredita que ele ajude a reforçar a importância do respeito pelo próximo?
Sim, acho bem legal. A arte tem um poder incrível!
Em sua carreira, já teve a oportunidade de interpretar alguma lésbica?
Não (risos). Quem sabe na próxima? Eu ia até brincar aqui e dizer: "vocês vão me ver beijar muita mulher" (risos).
Você consegue perceber atualmente uma maior aceitação do público com trabalhos de temáticas gays que em 1978, ano em que se passou o filme A Novela das 8?
Sem dúvidas. O mundo em que eu vivo sempre foi muito aberto. O meio das artes não tem barreiras. Eu nasci neste meio, sempre conheci muitos gays, então é algo natural no meu universo. Acho que havia muito mais preconceito no passado, mas ainda há muito preconceito atualmente. A gente vê gays apanhando de pitboys nas ruas, homofóbicos, pessoas problemáticas. Mas isso não é só com gays, é com negros, mulheres, prostitutas...
Na sua opinião, a arte tem o poder de construir um trabalho social? Como, por exemplo, o Festival Mix Brasil, você acredita que ele ajude a reforçar a importância do respeito pelo próximo?
Sim, acho bem legal. A arte tem um poder incrível!
Em sua carreira, já teve a oportunidade de interpretar alguma lésbica?
Não (risos). Quem sabe na próxima? Eu ia até brincar aqui e dizer: "vocês vão me ver beijar muita mulher" (risos).
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