Cláudia Ohana é um dos destaques da coluna do jornalista Bruno Astuto, da revista Época.
A atriz - que atualmente está em turnê pelo país com a peça "A Voz Humana" , falou sobre temas variados, como seu novo monólogo, sua experiência de viver uma bissexual no filme Zoom, e de como lida com a chegada da idade, entre outros assuntos.
Confiram abaixo a excelente entrevista! A matéria completa está disponível no site da revista Época (aqui). Já nas bancas!
Cláudia Ohana, posando para as lentes de Pino Gomes. Maravilhosa! |
1) Incomoda ser lembrada até hoje pela falta de depilação?
Às vezes dá no saco, porque no meio de um trabalho nada a ver com isso, a pessoa me pergunta sobre pentelhos. Ainda? O engraçado é que faz mais sucesso hoje do que fez na época porque era normal as mulheres não se depilarem. Mas fiquei para a história. Hoje eu depilo, estou em outra época.
2) Como foi fazer cena de sexo com Mariana Ximenes?
Já fiz muita cena de sexo e nudez no cinema, mas nunca nada com mulher. Não sabia como agir. Fiquei pensando nos homens, em como eles faziam comigo. Tivemos poucos dias para criar intimidade e apesar da Mariana ser muito parceira, nunca fiquei com tanta vergonha na vida. Eu ainda era a ativa da relação e o diretor gritava no set: ''Vai lá, com pegada'. O contraponto é que sou muito mocinha, então foi difícil. Mas posso dizer que fiz minha estreia nesse sentido com pé direito, afinal Mari é linda.
3) Como lida com o título de símbolo sexual?
Sensualidade é uma coisa que nasce com a pessoa. E isso muda muito com o tempo. Antigamente a beleza era mais natural, hoje existe o silicone, a mulher com o corpo masculino. Gosto vai mudando e a pessoa pode ser sexy em qualquer estilo. Mas acho muito legal alguém me achar sexy. Geralmente as pessoas tinham uma curiosidade comigo. Achavam e ainda acreditam que sou uma devoradora de homens, mas não tem nada disso. Nunca me preocupei em ser sensual na cama.
4) Como surgiu a ideia de encenar um monólogo?
Depois que fiz Callas (com direção de Marília Pêra este ano) percebi que podia fazer um monólogo, porque Callas sofreu muito por amor e me senti corajosa. Me lembrei muito dos conselhos da Marília, que me deu toques fundamentais. Há quatro anos, quando fui dirigida por Domingos (de Oliveira) em Clímax, ele plantou a sementinha sobre o texto e fiquei com isso na cabeça. Tudo foi se encaixando, mas não temos patrocínio e fomos nós que bancamos a peça.
5) Tem receio da crítica?
Para o papel, tem que ter uma carga de vida, ter sofrido e isso eu conheço muito bem. Quando começo a falar o texto, o choro vem imediatamente. Existe uma entrega no palco e fico exausta no final. Teatro é uma coisa catártica, a gente deixa as dores do palco. Acredito que essa verdade será passada ao público.
6) Já sofreu por amor?
A gente sempre tem um amor intenso uma vez na vida. Tem gente que vive de amores intensos, mas isso cansa muito e acho meio patológico repetir o erro. Hoje isso não aconteceria comigo. No momento não estou namorando e estou solteiríssima.
7) Como lida com a chegada da idade?
Tenho que aceitar ou ficar histérica e viver no cirurgião plástico, e isso não faz meu gênero. Mas se algo me incomodar, faço uma intervenção tranquilamente. Reconheço que a transição foi difícil, porque tenho um visual de garota e sempre atuava como tal. Hoje estou na fase da yoga, não bebo e nem fumo e atualmente sou disciplinada. Antigamente não fazia nada, nem sobrancelha. Mas hoje temos que hidratar o cabelo, cuidar da pele... e depilar.
Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/bruno-astuto/noticia/2015/08/nunca-senti-tanta-vergonha-na-vida-diz-claudia-ohana-sobre-cena-de-sexo-com-mariana-ximenes.html
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