Confira abaixo a reprodução de uma recente entrevista com a sempre bela e talentosa Cláudia Ohana.
Além de falar sobre seu papel na novela "Joia Rara" e do relacionamento de sua personagem com o jovem Arthur (Ícaro Silva) - Ohana contou sobre seus cuidados para manter a boa forma, e também abordou outros assuntos ligados à sua vida pessoal e profissional.
O texto da matéria é assinado por Mateus Vieira e a entrevista está disponível na página oficial do jornal
Extra.
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Claudia Ohana é Laura em “Joia rara” Foto: / Divulgação/Rede Globo/Cynthia Salles |
Como a recatada dona de casa Laura, em “Joia rara”, Claudia Ohana parece ir na direção oposta de suas hiperbólicas personagens, como a caminhoneira Cida, de “A favorita”, e a vampira Natasha, de “Vamp”. Mas não. Por ela, cruzam-se dois grandes conflitos da trama de época: o adultério cometido com um homem mais jovem (“e negro”, frisa a atriz) e a disputa judicial por um filho indevidamente adotado.
A maior dificuldade, afirma ela, é fazer uma senhora sendo “garotona”. Aos 51 anos, Claudia sente-se jovem pela saúde física, e ainda pode ter filhos. Mãe de Dandara Guerra, de 30 anos (com o cineasta Ruy Guerra) e avó de Martim, de 8, e Arto, de 1, também se considera “velha por ter preguiça de farra”. E não tem problemas com a alcunha de avó coruja: “Vejo desenho e jogo videogame junto”. Recém-solteira, terminou o namoro com o fotógrafo Yussef Kalume, de 34 anos, e deixou o elenco do musical “Se eu fosse você”: “Estou totalmente focada na novela”.
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Print: José Basto |
Para uma personagem de época, Laura consegue subverter bastante os valores. Como é dar vida a ela?
Adoro! Ela representa bem aquela época. É uma senhora sisuda, e é casada com Valter (Leopoldo Pacheco), que não é um bom sujeito. Laura tem filhos e vai virando aos poucos uma outra pessoa ao conhecer Arthur (Ícaro Silva), um pintor, jovem e negro. Imagina se isso não seria alvo de preconceito na época?
O que podemos esperar de mais surpreendente de tantos conflitos nos próximos capítulos de ‘Joia rara’?
Gaia (Ana Cecília Costa) deve morrer e Laura deve ficar com o Tavinho (o pequeno Xande Valois). Como as duas estão morando juntas, parceiras na criação do menino, ela deve morrer nos meus braços na pensão. Fiquei arrasada quando soube dessa doença, vai ser muito triste. Acho também que Laura termina junto com Arthur. Acho que as pessoas torcem pelo casal.
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Claudia Ohana é Laura em “Joia rara”
Foto: / Divulgação/Rede Globo/Cynthia Salles |
Com tantos conflitos, você se identifica com Laura? Mesmo sendo uma senhora, como você mesma disse.
É muito diferente do que eu sou. A direção me orienta muito bem desde o primeiro capítulo. Tenho esse meu jeito garotona de ser. Preciso saber falar direito, como se fazia antigamente, como uma boa mulher submissa e neutra. É uma interpretação bastante sutil, e estou aprendendo bastante. Certamente difere da Natasha de “Vamp”, ou da Cida de “A favorita”.
Você se identifica com Laura em alguma medida?
Acho que ela é uma personagem de coragem e muita ação. Está sempre em transformação. Vai ser íntegra em qualquer circunstância, e vai no que o coração manda. Até hoje esse tipo de postura é moderna. Mas ao contrário dela, nasci fora do preconceito. Minha criação sempre foi bastante livre.
Aos 51 anos, você se sente mais uma senhorinha ou uma jovem?
Eu me considero bastante jovem na maioria das vezes. Mas em alguns momentos sou velha por preguiça de farra. Não bebo e não fumo. Quando muito são dois chopes por ano. Um deles foi nesse carnaval. Fiquei no camarote de uma cervejaria na Sapucaí e curti o bloco Me Beija (na Quarta-feira de Cinzas, na Gávea) com amigos.
Quais são os cuidados indispensáveis para manter a boa forma e o bem-estar nessa nova etapa da vida?
Procuro cada vez mais me cuidar. De tudo: do corpo, da alma, da pele, do sono, da alimentação... Faço meditação transcendental, ioga, esteira e musculação. Confesso que com tantas gravações, não consigo ir à academia como gostaria. Mas pelo menos cinco vezes por semana faço uma atividade. Nem que seja caminhar, ou simplesmente me alongar.
Sentia-se cobrada por namorar um homem mais jovem? Já sentiu preconceito pela diferença de idade que tinha com ele, que tem 34 anos?
Ele não é tão mais novo. Nunca senti essa cobrança. Terminei meu namoro há pouco tempo, mas não acho que isso tenha a ver com a diferença de idade. Isso nunca foi um problema para mim. O que é determinante é o tipo de vida que se está levando. E nesse momento estou totalmente focada no meu trabalho.
Você estava escalada para o musical “Se eu fosse você”, mas não está mais. O que aconteceu?
A produção decidiu que eu não iria continuar porque seria difícil atender às demandas por falta de tempo. Musical requer muita disciplina, e nesse caso seria para fazer uma protagonista. Na reta final da novela, não poderia estar ensaiando todos os dias. Estaria no Projac e os ensaios são na Tijuca.
A cena de musicais no Brasil está efervescente, e você foi pioneira nesse ramo por aqui. Seu primeiro foi “Rocky horror’’, em 1994. Tem algum outro projeto em vista?
De musical, ainda não. Sempre estudei canto, dança e ópera. No início pensava que não ia servir para nada. E serviu até para “Vamp”, que era uma novela musical. Devo fazer uma peça quando terminar “Joia rara”, e estou envolvida com a série “Psi”, da HBO, que vai falar sobre psicanálise. Por enquanto é isso.
Sobra tempo na agenda para cuidar dos netos?
Não tanto quanto gostaria. Sou aquela avó que estraga mesmo. Vejo desenho e jogo videogame junto.
Quando estava namorando, chegou a comentar que seria mãe mais uma vez. Essa vontade permanece?
Agora que terminei, essa vontade fica guardada em algum lugar. Quanto mais velha a gente fica, mais difícil fica ter filho. Não é uma questão de vontade. Por enquanto ainda posso ter. Mas não teria sozinha, acredito que seja um projeto para se ter em casal.
http://extra.globo.com/tv-e-lazer/claudia-ohana-terminei-namoro-mas-nao-tem-ver-com-diferenca-de-idade-11883937.html